quarta-feira, 27 de julho de 2011

Estudo dos dialetos


Nas últimas décadas estudiosos trabalharam para categorizar os dialetos romani sob pontos de vista lingüísticos com base em evolução histórica e isoglóssias. Uma significativa parte desses trabalhos foi feita pelo lingüista Norbert Boretzky, de BochumAlemanha, o pioneiro em listar e tabelar as características estruturais dos dialetos romani conforme as áreas geográficas, em mapas. Com isso elaborou junto com Birgit Igla o Atlas dos Dialetos Romani, em 2005, que apresentava informações de isoglossas em mapas. Na Universidade deManchester foram feitos trabalhos similares pelo lingüista e ativista de direitos romani, Yaron Matras, e seus assessores. Junto com Viktor Elšík (mais tarde na Universidade Carlos dePraga), Matras compilou o maior e mais completo banco de dados das diversas formas morfossintáticas do romani. Esse banco de dados pode ser vista na página do Manchester Romani Project. Matras (2002, 2005). É apresentada a teoria de classificação geográfica dos dialetos romani com base da difusão das inovações no espaço geográfico. O romani antigo (falado ao tempo do Império Bizantino) se deslocou para a Europa junto como os Rom durante os séculos XIV e XV. Esse grupos foram se estabelecendo e se espalhando nos séculos XVI e XVII, adquirindo fluência nas diversas línguas de contato Com isso vieram as mudanças, que foram se difundindo como que em ondas para criar o quadro de dialetos de hoje.. Conforme Matras houve duas grandes inovações: Uma oriunda da Europa do Oeste (Alemanha e proximidades) que se espalhou para o Leste; Outra, da área valáquia, se espalhou para Oeste e Sul. Somadas a isso houve diversas diaglóssias regionais e locais, aumentando a complexidade dessas “ondas” de limites linguísticos. Matras considera algumas evidências como:
  • prótese de j- em “aro” >”jaro’ e em “ov” > “jov” (ele) – causada pela difusão “oeste-leste”.
  • adição protética do a- em ‘bijav” > “abijav” – causada pela difusão “leste-oeste”
Sua conclusão defende que essas diferenças foram formadas “in situ” e não por diferentes “ondas” migratórias.
Marcel Courthiade, numa série de artigos a partir de 1962, propôs outra classificação, se concentrando nas mudanças do romani em três “camadas” ou fases de expansão, conforme critérios de modificações de sons e de gramática. Encontrando características linguísticas comuns aos dialetos ele propôs as fases partindo do romani anatólio do século XI indo para segunda e terceira camadas. Ele também denominou os dialetos "Poga" a partir do dialeto Pogadi do Reino Unido, cujo vocabulário tem muitas palavras não-romanis.
As três camadas ficam assim:
  • Primeira, a dos dialetos mais antigos: MechkariKabujiXanduriDrindariErliArliBugurjiMahajeriUrsari (Rićhinari), Spoitori (Xoraxane), KarpatichiPolska RomKaale (da Finlândia), Sinto-manush e o dos países bálticos.
  • Segunda: “Chergari, Gurbeti, Jambashi, Fichiri, Filipiji e o sub-grupo valáquio da Romênia e Bulgária.
  • Terceira, com os demais valáquios - KalderashLovariMachvano.
Ver tabela de diferenças dialetais:
primeira camadasegunda camadaterceira camada
phirdom, phirdyom
phirdyum, phirjum
phirdemphirdem
guglipe(n)/guglipa
guglibe(n)/gugliba
guglipe(n)/guglipa
guglibe(n)/gugliba
guglimos
pani
khoni
kuni
pai, payi
khoi, khoyi
kui, kuyi
pai, payi
khoi, khoyi
kui, kuyi
ćhibshibshib
jenozhenozheno
popo/maimai

[editar]

Sem comentários:

Enviar um comentário